veja só.
casas enfileiradas: o que guardam após suas portas?
nenhum jardim que se veja da calçada, porém árvores uma a cada não sei quantos metros – conforme o manual da arquitetura urbana e meio-ambiente - árvores que firmaram raízes bem ali, nela.
pés que a atravessam e sobre eles pernas de toda espécie de gente, também pernas em carros diminuídos de espera por chegar a lugar um, enquanto ela mesma nunca sai do seu lugar, que o lugar de seu é ali a observar os homens passando com seus pés, pernas e carros cansados.
veja só, um caminho que num dia distante se abriu passagem e lugar de não permanecer. passagem.
casas erguidas pela vida que lhes necessitou. nem feias, nem bonitas, esquisitas pela maioria das vezes, cor de alface, cor de palidez e terra vermelha. terra há alguma que ainda está lá por baixo da espessa massa asfáltica.
latem cachorros no fundo dos quintais e gargalham as crianças correndo livremente dentro dos portões.
na primavera floreiam as árvores e se arvoreiam cheias de luz no verão, iluminando as casas, as calçadas e os cães. então as crianças mais que gritam e correm suas chinelas a pedalar bicicletas.
as casas, antes esquisitas, parecem agora alegremente agradáveis e arejadas, cores amarelas, sol-do-meio-dia.
o asfalto duro suportando ainda carros e pés e bicicletas.
veja só! uma rua que se alegra de sol e banha-se agradecida nas chuvas repentinas e refrigerais. convida seus passantes.
EXERCÍCIO TRÊS
Um comentário:
a vida palpitando na rua...e o esgoto correndo por baixo, o poder do contraste dando o tom essencial,
um texto cativante!
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