sábado, 12 de setembro de 2009

pohemorragia

plasma
o corpo é hábito.
há tanto habito este
já me habituei

plaquetas
enlutar-se
algo morre em mim, comigo, no meu mundo
e luto

linfócitos
eu
objeto estranho e deslocado
silencia
dentro

protrombinas
são os outros.
eu não há. encontro
o outro que só há em
quando eu
não-eu
negação
ausência
o que se apartou de mim
eu não preenchido
e
fr a gme nt aç a ~ o

sal
há tempos não lavo meus sapatos
estou arrastando comigo todos os caminhos

água
acho que quero maluquecer
o crime não compensa
a sanidade também não

3 comentários:

Tadeu Renato disse...

Fantástico, um dos melhores textos que já li aqui. Adorei o "Sal". O minimalismo, a linguagem essencial que diz tanto, tão diferente da filosofia...Peço licença para postar o poema no meu blog.
Mto bom mesmo.

Tadeu Renato disse...

Fantástico o poema, um dos melhores textos que já li por aqui. Adorei o "sal" e "plaquetas". O minimalismo, a linguagem essencial, a palavra certeira e ao mesmo tempo tão aberta, tão diferente da filosofia oficial...
Peço licença para postar este poema no meu blog, realmente gostei muito.

Wagner Castilho disse...

O que comentar? Me falta competência, pois há tempos que também eu não lavo meus sapatos.