sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

divindade


desejo crer no deus, e é tão verdadeiro este meu querer que nunca forjei para mim a imagem de uma divindade. quero que o deus exista, sem que seja minha imagem e semelhança, sem que seja inventado por meu inconsciente e violações do outro.preciso ter o deus. sinto que vou morrer de um mal de mágoas, do rancor enraizado nas minhas carnes. do des-espero na lonjura das coisas que não posso tocar. minhas mãos estão doloridas, minha voz secou. me localizo num fora-dentro, o olhar estrangeiro para uma vitrine.tenho uma tristeza que não se nomeia com a palavra triste, que se modifica em um aborrecimento do tempo, das pessoas com suas risadas e suas conversas, do meu corpo que não se aloja, que não se ata e do deus que não vem.


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